O que as famílias podem ver de Deus (Êxodo 33.16-23)

Assunto Geral: Ver a Deus

Assunto Específico (tema): O que as famílias podem ver de Deus

Referência bíblica: Êxodo 33.16-23

Objetivo Geral: Consagração

Objetivo Específico: Fazer as famílias reconhecerem a Presença de Deus em seus lares.

Proposição (grande idéia): É por bondade que Deus faz manifestação de Si mesmo no meio do Seu povo, tornando-o singular, permitindo-o ver o esplendor de Sua Presença e Suas obras no realizadas.

Introdução (captação)

Sobre o desejo de ver a Deus uma boa ilustração serve para meditar a respeito do assunto: Um menino ouviu alguns homens falando acerca de Deus. Quando chegou em casa perguntou ao pai se alguém podia ver a Deus. O pai respondeu rudemente: – Não! Isto entristeceu o menino. Ele saiu a um passeio na mata. Assentou-se junto a um córrego e meditou. Viu os passarinhos fazendo seus ninhos. Ergueu os olhos para o céu, através dos ramos das árvores, ansioso de ver a Deus. Um dia o ministro da igreja jantou em seu lar e ele teve ocasião de perguntar-lhe se alguém podia ver a Deus. O ministro lhe disse que ninguém pode ver a Deus e viver! Esta foi para o menino uma revelação esmagadora. Ele saiu para o celeiro e chorou. Logo depois disto encontrou-se com um velho pescador, do qual se tomou grande amigo. O pai soube do novo amigo e perguntou ao menino a seu respeito: – É ele um bom homem? – Eu gosto ele – disse o menino. – Ele não fala muito, mas vou lhe dizer como ele procede. Na noite passada, quando estávamos navegando rio abaixo e o sol se punha através das árvores, entre lindas nuvens, eu vi lágrimas em seus olhos, e… – Está bem, está bem! Creio que você está em boas mãos. Na noite seguinte, terminada a pescaria, o menino notou que de novo o velho pescador tinha os olhos úmidos ao observar o pôr-do-sol. O pequeno tocou timidamente o braço do velho. Este nem volveu a cabeça. – Eu nunca faria a qualquer outra pessoa a pergunta que vou fazer ao senhor – disse o menino com os lábios trêmulos. Ainda o velho não se moveu; tinha os olhos fitos no sol poente. – O senhor pode ver a Deus? – aventurou o menino. Ainda não houve resposta. O menino então puxou o velho pela manga. – Por favor, diga-me! Pode-se ver a Deus? O menino esperou, sem respirar. Afinal o velho volveu um amável rosto manchado de lágrimas para o rapaz e disse: – Filho, não vejo coisa alguma senão Ele! Todo aquele que abrir os olhos verá que os céus ainda declaram a glória de Deus. Entretanto, o pior cego é aquele que não quer ver! Mas quando vemos os esplendores do universo de Deus não podemos deixar de louvá-Lo. Como prova de Sua Companhia Moisés quis ver a Deus. Ele prometeu cuidar do povo e se manifestar a Moisés, no que resultou numa das passagens mais dramáticas da Bíblia. Dela aprendemos algumas verdades essenciais.

1. É por Sua Bondade que as famílias podem ver a manifestação que Deus fez de Si mesmo!

Deus diz a Moisés que Sua Bondade passará diante dele, ou seja, é através da bondade que Deus se manifesta. Neste capítulo o conceito de graça está estampado na maneira de Deus se relacionar com o Seu Povo. Foi por Sua Bondade que Ele Se manifestou a Moisés e aos hebreus. Se dependessem dos seus próprios méritos, de suas buscas religiosas e de suas inclinações éticas e morais eles jamais poderiam vislumbrar a glória da Presença de Deus. É por Sua Bondade que a busca das famílias pela face de Deus não é vã. Ela é possível porque Deus usa de Sua Bondade para tratar com as famílias. Da mesma forma que o povo hebreu as famílias são agraciadas por Deus e não têm em si mesmas merecimentos algum. Não é por causa da igreja que freqüenta, da estrutura familiar ou de seu histórico de caridade, mas apenas pelo fato de Deus ser bom que podemos vislumbrar Sua manifestação. Foi por bondade que Deus criou os céus e a terra. Foi por bondade que Deus fez com as suas próprias mãos o ser humano. Foi por bondade que Ele pronunciou Suas Palavras reveladoras na história. Por bondade que providenciou o perdão para os pecados. Por bondade que se encarnou, ensinou e se entregou para a redenção da criação e que se apresentou não como um senhor severo, mas como um pai amoroso.

2. A manifestação da Presença de Deus torna a família singular!

Moisés disse que a Presença de Deus deveria ir com o povo porque se assim não fosse os hebreus se tornariam como os demais povos, comuns no meio das nações. Ele entendeu que nada distinguia os hebreus dos demais povos. No fundo todos os povos são iguais. Tem as mesmas virtudes e cometem os mesmos erros. Apenas a Presença de Deus no meio do povo que faria a diferença. Em todas as famílias, seja de crentes ou de não crentes encontramos de maneira geral coisas boas, como: fidelidade, respeito, compreensão, união e amor. Mas encontramos também coisas ruins, como: infidelidade, desrespeito, violência, desunião e egoísmo. Não são os padrões morais que diferenciam as famílias, nem mesmo a tradição religiosa. O que diferencia de verdade a família dos crentes é a Presença de Deus. Uma das famílias mais abençoadas da Bíblia foi a de Davi. Deus a eternizou através da preservação de sua descendência, uma dinastia eterna. Porém a família de Davi enfrentou problemas que muitas enfrentam: adultério do pai, incesto dos irmãos e a luta pelo poder entre as gerações. Mas havia alguma coisa que a diferenciava das demais, a Presença de Deus.

3. As famílias não podem ver exatamente a Presença de Deus, mas Seu esplendor é satisfatoriamente impressionante!

Moisés não pôde ver exatamente a Face de Deus. O que ele viu foi apenas o brilho, o esplendor da Presença de Deus, o que foi satisfatoriamente impressionante. Não sabemos realmente o porquê dele não poder ter visto a face de Deus. Geralmente pensamos que esta visão seria tão poderosa que liquidaria a natureza humana, ou talvez a visão da Face de Deus desarticulasse a sua fé ou seu desejo de viver neste mundo. As famílias, ainda que não consigam ver exatamente a Presença de Deus em seu lar, se satisfazem em ver os efeitos dela em suas vidas. Não se vê Deus sentado no sofá da sala ou assentado à mesa no lar, mas através das palavras de amor entre o casal, do carinho com os filhos e do cuidado entre os irmãos pode ser visto o reflexo da Presença de Deus com a família. Certa vez um homem reclamou com seu pastor a respeito dos atritos familiares. O pastor surpreendentemente disse aquele homem que embora o lar fosse palco de atritos Jesus estava presente com eles. Voltando para a casa o homem procurava encontrar Jesus, mas não achava. Porém preocupado com a Presença de Jesus o homem começou a mudar seu comportamento, ele não queria passar a vergonha de ser surpreendido pela Presença de Jesus. Sua mulher perguntou sobre sua mudança de atitude e ele compartilhou o que havia acontecido. Ela também começou a mudar sua atitude porque sabia que Jesus estava ali. E logo os filhos ficaram sabendo da Presença de Jesus e mudaram também. Assim, os atritos acabaram naquele lar. Ter a consciência da Presença de Jesus faz a diferença numa família.

4. A Presença de Deus é mais bem vista pela família depois que Ele passa por ela!

Moisés só foi capaz de ver a Presença de Deus após Sua passagem. Através deste fato o Senhor estava ensinando a Moisés que seria apenas no futuro, ao olhar para trás, que o povo reconheceria Sua Companhia sempre com eles. Isso quer dizer que é através dos livramentos e das bênçãos recebidas que se distingue a Presença de Deus no meio do povo. Para ver a Presença de Deus as famílias precisam olhar para trás. Olhar para o passado é uma ótima maneira de enxergar o cuidado de Deus. Ao olhar para trás as famílias podem ver que Deus estava com ela. No passado as coisas ficam estabelecidas e a história já foi concluída. Ela traz revelações a respeito da verdade e de tudo que acontece. Os grandes hinos de vitória não foram compostos antes das batalhas, nem durante, só depois que elas terminaram. O poder de Jesus não foi visto antes da tempestade ou durante, e sim depois que ela passou. No presente as famílias procuram melhorar ou restaurar os relacionamentos, lutam contra o desemprego ou a enfermidade, algumas estão até desoladas pela dor do luto. Porém é ainda muito cedo para enxergar precisamente a Face de Deus. A Presença do Senhor será mais bem vista depois que isso passar. Quando ela olhar para traz verá que Deus sempre esteve com ela.

Conclusão (Aplicação)

O texto “Pegadas na Areia” de Margaret Fishback Power pode ajudar a reconhecer a Presença de Deus na vida: Sonhei que estava caminhando na praia juntamente com Deus. E revi, espelhado no céu, todos os dias da minha vida. E em cada dia vivido, apareciam na areia, duas pegadas: as minhas e as d’Ele. No entanto, de quando em quando, vi que havia apenas as minhas pegadas, e isso precisamente nos dias mais difíceis da minha vida. Então perguntei a Deus: “Senhor, eu quis seguir-Te, e Tu prometeste ficar sempre comigo. Porque deixaste-me sozinho, logo nos momentos mais difíceis? Ao que Ele respondeu: “Meu filho, Eu te amo e nunca te abandonei. Os dias em que viste só um par de pegadas na areia são precisamente aqueles em que Eu te levei nos meus braços.” Ao olhar para traz as famílias podem ver a Presença de Deus valendo-se em seus dias como torre forte, âncora segura e refúgio verdadeiro.

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