O poder das riquezas! (Tiago 5.1-6)
- PIBI
- 22 de ago. de 2021
- 5 min de leitura
Assunto Geral: Riqueza
Assunto Específico (tema): O poder das riquezas!
Referência Bíblica: Tiago 5.1-6
Objetivo Geral: Ético e Moral
Objetivo Específico: Combater o pecado da opressão e injustiça social.
Proposição (grande ideia): As riquezas deste mundo não servem para proteção pessoal, antes são testemunhas contra a avareza senão utilizadas para atender a necessidade do outro.
Introdução (captação)
O dinheiro hoje domina as casas de leis, os palácios dos governos e as cortes do judiciário. Ele é sem dúvida o maior deus deste mundo. A grande maioria da população mundial serve a este ídolo. Por ele as pessoas roubam, mentem, corrompem, casam-se, divorciam-se, matam e morrem.
Não é pecado ser rico. A riqueza é uma bênção. Davi disse que riquezas e glórias vêm de Deus (1 Cr 29.12). Moisés disse que o Senhor nos dá sabedoria para adquirir riqueza (Dt 8.18). A Bíblia não proíbe o homem de ser rico, se essa riqueza vem como fruto da bênção de Deus e do trabalho honrado (Pv 10.4). Abraão e Jó eram homens ricos e também piedosos. O problema não é possuir o dinheiro, mas ser possuído por ele. O que a Bíblia proíbe é adquirir riquezas por meios ilícitos (Am 2.6) e para propósitos ilícitos (Is 5.8). O problema é colocar o coração na riqueza. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor a ele (1 Tm 6.10).
1. A riqueza comerá o corpo de vocês (v. 3)!
Vivemos numa sociedade que nos diz que devemos trabalhar mais e consumir mais. Os luxos de ontem se tornaram a necessidade de hoje. As coisas estão se tornando mais importantes do que as pessoas. Estamos substituindo os relacionamentos por coisas materiais. Muitas pessoas estão construindo um patrimônio colossal, mas perdendo a família e amigos.
Os ricos estão se tornando cada vez mais opulentos e os pobres cada vez mais desesperados. 50% das riquezas do mundo estão nas mãos de apenas algumas centenas de empresas. Há empresas mais ricas que alguns países. A GM é mais rica que a Dinamarca. A Toyota é mais rica que a África do Sul. A Ford é mais rica que a Noruega. O Wal-Mart é mais rico que 161 países. De fato, o dinheiro não tem servido às necessidades mais básicas da vida humana e sim a busca desenfreada pelo conforto, prazer, proteção pessoal e pelo desejo insaciável de se ter mais.
Outro fator que gera essa desigualdade e injustiça vem da corrupção. Ela está instalada na medula óssea da nossa nação. Os recursos que deveriam vir para aliviar o sofrimento do pobre são saqueados pelos poderosos. Eles são como vampiros que sugam o sangue do povo que não tem forças para resistir.
Tiago registrou e denunciou que os ricos estavam retendo o fruto do trabalho do pobre. Os ricos estavam vivendo no luxo, em virtude de terem explorado os trabalhadores. Os ricos estavam oprimindo e matando os pobres, e hoje, não é diferente.
Este modo de viver corrompido pelo materialismo traz inquietações nesta vida além da condenação da parte de Deus.
2. Vocês têm tido uma vida de luxo (v. 5)!
Tiago menciona duas formas pecaminosas como os ricos adquiriram suas riquezas: retendo o salário do trabalhador e controlando as cortes. Eles estavam ricos por roubar dos pobres (Pv 22.16) e impedirem, por causa de suas influências, que a justiça fosse feita. Embora não existisse ainda leis trabalhistas para regulamentar a situação, havia sim o princípio da justiça, que está também registrado na consciência humana e também na Bíblia (Dt 24.14, Lv 19.13). A prática do suborno é condenado pelo Senhor (Is 33.15). Nesta situação, a quem o pobre poderia recorrer, somente ao Senhor, o justo juiz.
Os ricos são superpoderosos porque criam leis que os favorecem e compram os tribunais, de modo que, os pobres não podem oferecer resistências, antes são subjugados facilmente. Assim os pobres são oprimidos e a porta da esperança é fechada para eles. Por ignorância outros pobres criticam medidas de políticas públicas que colocam ricos e pobres numa mesma condição na busca pelo trabalha e renda, como por exemplo, cotas e bolsas de estudos.
3. Vocês têm condenado e matado inocentes (v. 6)!
Podemos acumular dinheiro como forma de prevenção para possíveis necessidades futuras, o problema não é acumular, e sim acumular aquilo que pertence a outra pessoa. Acumular por acumular pode revelar a inversão de valores. A quantidade de bens não define a vida de uma pessoa. Confiar na provisão e não no provedor é pecado. Quem assim age, vive como se nossa pátria fosse a terra e não o céu.
Nada daquilo que é material permanecerá para sempre. A vida é passageira e não podemos levar nada dela. Devemos evitar a cobiça, pois ela nos faz cometer outros erros. Corrigindo nossos valores iremos encontrar no bom nome a melhor riqueza que devemos buscar (Pv 22.1).
Jesus contou uma parábola para mostrar a condenação dos ricos avarentos e a honra dos pobres humildes (Lc 16.19-31). Os ricos vivem como se não houvesse o céu para ganhar ou o inferno para fugir. Existe um julgamento justo que precisaremos encarar.
Conclusão (aplicação)
Veja as testemunhas que Deus vai chamar nesse julgamento: primeiro as próprias riquezas enferrujadas, as roupas comidas pela traça revelando a avareza do coração; os ricos armazenam as riquezas para protegê-los mas elas serão testemunhas contra eles para condená-los; segundo o salário retido com fraude vai testemunhar contra eles; o dinheiro tem voz e sua fala chega até o céu; terceiro os trabalhadores oprimidos irão testemunhar contra os ricos poderosos; não haverá chance para subornarem as testemunhas e o juiz e a justiça será feita. Neste dia apenas a verdade prevalecerá e o dinheiro, o poder e a influencia não servirão para nada, a não ser testemunhar contra os avarentos.
As riquezas mal-usadas revelam também a perda de uma preciosa oportunidade. Pense no bem que poderia ter sido feito com essa riqueza acumulada de forma avarenta. Pobres poderiam ter sido assistidos, crianças não passariam necessidades, o reino de Deus poderia ser expandido e o salário do trabalhador pago. Neste caso poderíamos viver em paz, pois veríamos a justiça prevalecendo.
Enfim, o dinheiro não deve ser uma arma para controlar e dominar os outros, mas um instrumento para ajudar os necessitados. Não podemos tratá-lo de forma egoísta. O que guardamos perdemos e o que compartilhamos ganhamos. Os valores do Reino de Deus são diferentes dos valores deste mundo. Uma pessoa pode ser rica nesta vida, mas pobre no mundo por vir. Pode ser pobre aqui, mas rica no mundo vindouro (2 Cor 6.10). Vamos então parar e pensar: o que o dinheiro testemunhará de nós no dia do juízo?
Pare e pense sobre como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono ou ser servo? Seu coração confia na provisão ou no provedor? Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que não lhe pertence? Os bens que você tem foram adquiridos honestamente? Você tem usado seus bens para ajudar as outras pessoas ou você tem acumulado seus bens apenas para o seu deleite e conforto?