De onde vem as guerras? (Tiago 4.1-12)
- PIBI
- 8 de ago. de 2021
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Assunto Geral: Guerra
Assunto Específico (tema): De onde vem as guerras?
Referência Bíblica: Tiago 4.1-12
Objetivo Geral: Pastoral
Objetivo Específico: Mostrar que o egoísmo é o começo de todas as guerras.
Proposição (grande ideia): As guerras sujam nossas mãos, mas podemos nos aproximar de Deus e receber encontrar Nele a nossa paz se nos humilharmos e lavarmos nossas mãos.
Introdução (captação)
A guerra está presente entre as nações, entre as religiões, entre as denominações e entre as famílias. Na verdade, a guerra existe dentro da nossa própria mente e também do coração.
A história da humanidade é a história das guerras. Ela é o nosso legado para nossa tristeza. A guerra do Pelopenoso durou 27 anos e destruiu a Grécia no ápice da idade de ouro de Atenas. O império romano fez da guerra sua maneira de viver. Eles conquistaram pela guerra e foram destruídos pelos bárbaros da mesma forma. Em 1648 terminou a guerra dos 30 anos que destruiu a Europa Ocidental onde 1/3 dos povos de língua alemã foram exterminados. No AT encontramos muitas batalhas, mas Deus sempre proibiu seu povo de saquear o despojo, se abastecer e se enriquecer com os bens dos adversários, ou seja, eles não deveriam se orgulhar ou tirar vantagens nas lutas que o AT registrou.
Na primeira guerra mundial, que durou entre 1914 e 1918, aproximadamente 30 milhões de pessoas perderam a vida e 340 bilhões de dólares foram gastos sem nenhuma razão convincente. Na segunda guerra mundial, que durou entre 1939 e 1945, resultou na morte de 60 milhões de pessoas e um prejuízo inexplicável de 1 trilhão de dólares.
Bem mais recente temos a guerra fria entre capitalismo e comunismo, as guerras sangrentas das tribos africanas, as lutas entre os irmãos irlandeses e os massacres no Oriente Médio.
As guerras são uma projeção da guerra instalada em nosso próprio peito. Desejamos o nosso próprio prazer à custa dos outros. Em vez de lutar, Tiago diz que devemos orar.
1. Toda guerra começa com o egoísmo que suja o coração! (1-3)
É bom que os irmãos vivam em união (Salmo 133), mas ao invés disso a contenda sempre foi o item da pauta, que infelizmente, nunca se ausentou do nosso cotidiano, por própria escolha nossa, da humanidade.
Os pastores de Ló entraram em contenda com os pastores de Abraão. Absalão conspirou contra o seu próprio pai Davi. Os discípulos de Jesus geraram tensão entre eles quando queriam saber qual deles seria o maior. Os membros da igreja de corinto entravam em contenda e levavam suas questões para serem resolvidas pelo tribunal. Na igreja da galácia os crentes estavam devorando uns aos outros. Paulo escreveu aos efésios encorajando para que permanecessem unidos no vínculo da paz (Ef 4.3).
Tiago, mesmo nesta carta, denuncia o conflito de classes (2.1), o conflito entre patrões e empregados (5.1) e até mesmo a divisão dentro da igreja (1.19). Mas Jesus nos advertiu em Mateus 7.1-5, para que olhemos para nós mesmos antes de declararmos guerra aos outros. Não somos chamados para ser juízes, pois só Deus é juiz.
A fonte de todas essas guerras está dentro do nosso próprio coração. A essência do pecado é o egoísmo. Desejos egoístas são coisas perigosas. Eles levam as ações erradas e também às orações erradas. Quando nossas orações são erradas, toda nossa vida está errada.
2. Para sermos amigos de Deus devemos ser inimigos das guerras! (4-12)
A guerra representa o contínuo estado de hostilidade e antagonismo. O mundo vê as guerras dentro da igreja, no coração do discípulo de Jesus, dentro das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por isso Jesus orou pela unidade (João 17.21).
Para nos aproximarmos de Deus devemos nos submeter exclusivamente à Ele. Submeter significa praticamente “pôr-se no seu próprio lugar”. É interessante que esta é uma palavra do meio militar, das forças criadas por causa da guerra. Ao invés de nos submeter a um mundo que promove batalhas e guerras devemos nos submeter ao Deus da paz.
Outro passo que devemos dar é resistir ao diabo. O diabo é o acusador que joga uma pessoa contra outra. Não precisamos temer o diabo, mas devemos resisti-lo. Senão resistirmos ele colocará em nosso coração o anseio pela guerra e entraremos em conflito com o outro se não resistirmos.
Em seguida Tiago nos mostra que devemos permanecer pertos de Deus. Novamente o contraste com a guerra aparece. Se a guerra promove a separação e distanciamento, a vontade de Deus vai nos manter perto Dele para vivermos a união e a paz.
Em por fim, devemos nos humilhar diante de Deus. Isso quer dizer que devemos levar o nosso egoísmo a sério e nos arrepender mesmo dele, e deixa-lo bem distante de nós. Quando temos paz com Deus, temos paz uns com os outros e então, uma fonte de paz começa a jorrar dentro de nós.
Conclusão (aplicação)
Nossas batalhas não são vencidas pela imposição das nossas vontades ou pela luta no tribunal, na internet, na eleição, na política ou num campo de luta, pois nossas batalhas só são verdadeiramente vencidas pela oração. Alguns tem a impressão que orar é não fazer nada, mas na verdade orar é depender totalmente da soberania de Deus. É uma demonstração de fé incrível e completamente capaz de impedir o surgimento de novas guerras e conflitos.
Dizer não as guerras pode aparentar uma indecisão para aqueles que enxergam o mundo com duas alternativas, ou você é amigo ou inimigo. Mas o que seria uma indecisão para alguns, é, na verdade, uma precaução para que as nossas mãos não sejam sujas pela violência e injustiça da guerra. Afinal, o mundo não se divide entre amigos e inimigos, pois Deus quer ver-nos unidos, como amigos e irmãos.
Jesus, o nosso Salvador e Mestre, cuja palavra vai além entre tudo o que os demais dizem, afirmou: Felizes as pessoas que trabalham pela paz, pois Deus as tratará como seus filhos (Mateus 5.9). Sejamos semeadores da paz, para que tenhamos a alegria de sermos reconhecidos por Deus como seus filhos.


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