Assunto Específico (tema): Como não ter compaixão?
Texto Bíblico: Jonas 4.
Objetivo Geral: Consagração.
Objetivo Específico: Mostrar à igreja que a compaixão é melhor que a destruição.
Proposição (grande ideia): A compaixão é sempre o melhor caminho pois preserva a vida, criada e cuidada por Deus, enquanto a destruição, ainda que pareça justa, não passa de um desejo preconceituoso.
Introdução (captação)A história de Jonas e Nínive nos é narrada por causa daquilo que nos revela a respeito de Deus e não por causa da história fantástica que envolve o grande peixe. Mostra a grande compaixão de Deus para com os seres humanos, mediante ao arrependimento, apesar de sua ignorância e do mal praticado (violência e imoralidade no caso de Nínive).No último capítulo da narrativa Jonas revela o motivo de sua rebeldia, seu descontentamento com o perdão de Deus dado aos ninivitas, mesmo eles se arrependendo, e Deus mostra a Jonas o motivo de sua compaixão, a ignorância do povo e a ligação existente entre o Criador e a criação.Nesta parte vê-se claramente uma comparação entre o pensamento Jonas e o pensamento de Deus em forma de contraste. O escritor vai da compaixão de Deus para a ira de Jonas, do triúnfo do propósito divino ao fracasso do desejo de Jonas.
1. Como não ter compaixão se a compaixão é compreensível!Jonas anunciou a mensagem do Senhor, conversões aconteceram, entretanto Jonas ficou descontente. Uma cidade inteira se voltou para Deus e se converteu de seus maus caminhos, como resposta a pregação de Jonas. Deus, porém, sonda os corações e sabe que é possível alguém fazer a coisa certa com a motivação errada, é possível obedecer sem alegria, é possível ser bênção para os outros sem usufruir essa mesma bênção.O livro de Jonas termina falando não apenas da conversão dos ninivitas, mas da rebelião de Jonas. Enquanto os pagãos se derretem, o profeta se endurece. Enquanto os que viviam nas trevas correm para a luz, aquele que conhecia a luz caminha em direção às trevas. Enquanto os pagãos buscam o favor de Deus, o profeta insurge contra Deus. Enquanto os ninivitas clamam pela compaixão de Deus, Jonas fica irado por causa da compaixão de Deus.Por duas vezes Jonas desejou a morte, mas Deus não o atendeu. O Senhor não tirou a vida de Jonas, mas lhe ofereceu a chance de rever suas posições. O Senhor preferiu conversar e mostrar através de uma nova experiência a importância, a justiça e a beleza da compaixão. Warren Wiersbe afirma corretamente que o coração de todo o problema é o problema do coração. Deus usou Jonas para ensinar aos ninivitas e agora usa o exemplo dos ninivitas para ensinar a Jonas. Deus alcançou o ninivitas depois alcançou Jonas com sua compaixão.Jonas anunciou a mensagem de Deus, mas não conhecia suficientemente a Deus. Corremos o perigo de não usufruir o poder da mensagem que se prega. A mensagem produziu efeito nos outros, mas não no coração dele. Também corremos o perigo de nos cansar da obra e na obra. Isso ocorre quando a obra é vista como um fardo sem outra opção.
2. Como não ter compaixão se a compaixão é lógica!Asa Route Crabtree diz que Jonas continua rebelde, teimando com Deus na destruição da cidade, mesmo após a conversão. Ele acreditava que seu ponto de vista devia prevalecer sobre a visão de Deus. Jonas precisava entender a lógica da compaixão.Deus já havia livrado Jonas do mar com sua graça, agora o livra do sol. Mais uma vez uma lição da graça. Asa Route Crabtree diz que a destruição não veio sobre Nínive como Jonas desejava, mas sobre a planta que lhe deu proteção do calor. Jonas precisava compreender o significado da destruição até de uma planta. Se ele tinha compaixão de uma planta que nada lhe custara quanto mais Deus teria compaixão de milhares de pessoas que não podiam discernir entre a mão direita e a mão esquerda. Não havia lógica em destruir um povo já arrependido.Da primeira vez Jonas ficou irado, pois Deus não destruiu os ninivitas, da segunda vez Jonas ficou irado porque Deus destruiu a planta. Jonas teria se alegrado com a destruição das pessoas e com a preservação da planta. Em outras palavras, Jonas amava mais as coisas do que as pessoas. Havia uma inversão de valores na sua vida. Ele via pessoas como coisas e coisas como pessoas, ele amava as coisas e odiava as pessoas.A lógica da compaixão não coisifica pessoas nem personaliza as coisas. O cuidado com a natureza é essencial para o trabalho do ser humano e até o afeta diretamente como a preservação da fauna e da flora, mas o valor do ser humano ultrapassa o valor da natureza, pois o ser humano é a coroa da criação.
3. Como não ter compaixão se a compaixão é moderada!Para Keil Delitzsch o que motivou Jonas a pedir a morte foi sua reputação e seu nacionalismo idolátrico. Jonas era extremista ao ponto de desejar a morte no caso de sua vontade não acontecer. Jonas tinha uma mentalidade exclusivista, pensava que seu povo eram os únicos detentores da graça de Deus. Atualmente as religiões erram quando acreditam que a verdade pertence apenas a elas. Que no céu existirão apenas seus simpatizantes.O pecado de Jonas é a xenofobia, o preconceito e o racismo. Atualmente este pecado tem ganhado proporções inimagináveis. Em favor do bem pessoal. Seres humanos de diferentes culturas têm sido marginalizados. O preconceito é um rótulo mentiroso criado pelo ser humano que até pode ocupar o lugar de Deus como um ídolo para as pessoas, mas a compaixão não chega neste extremo, antes é moderada e preserva a vida.
Conclusão (aplicação)O livro de Jonas termina com uma pergunta feita pelo Senhor ao profeta: Como não terei compaixão de milhares de pessoas que não tem discernimento?Jonas não respondeu, porque essa resposta não deveria ser dada apenas por ele. Jonas não está 2.700 anos distante de nós. Ele está dentro de nós. Jonas mora debaixo da nossa pele. O coração de Jonas bate dentro do nosso peito. O sangue de Jonas corre em nossas próprias veias. Sentimos compaixão por aqueles a quem Deus ama? Temos disposição de levar a palavra para aqueles por quem Cristo morreu? O nosso coração se quebranta pelas mesmas causas que tocam o coração de Deus?Warren Wiersbe, nesse mesmo viés, diz que o mais importante não é como Jonas respondeu a esta pergunta, mas sim como você e eu estamos respondendo a esta pergunta nos dias atuais.Oramos para que o Evangelho alcance as pessoas de todas as partes do mundo e estamos contribuindo para isso? Nós nos regozijamos quando os pecadores se arrependem e crêem no Salvador? Não podemos responder por Jonas, mas podemos responder por nós.Deus ama o mundo. Para sermos porta-vozes do evangelho de Jesus Cristo é preciso aprender a amar. Lembremos de João 3.16: Por que Deus amou tanto o mundo que deu o seu único filho, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.
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