A verdadeira religião (Tiago 1.19-27)
- PIBI
- 27 de jun. de 2021
- 5 min de leitura
Assunto Geral: Religião
Assunto Específico (tema): Qual é a verdadeira religião?
Referência Bíblica: Tiago 1.19-27: Lembrem disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. Porque a raiva humana não produz o que Deus aprova. Portanto, deixem todo costume imoral e toda má conduta. Aceitem com humildade a mensagem que Deus planta no coração de vocês, a qual pode salvá-los. Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática. Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é. Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência. O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer. Alguém está pensando que é religioso? Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e ele está enganando a si mesmo. Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo.
Objetivo Geral: Pastoral
Objetivo Específico: Mostrar as pessoas o perigo do autoengano.
Proposição (grande ideia): A verdadeira religião ouve mais do que fala, faz constantes revisões sobre si mesma e age em benefício dos que sofrem.
Introdução (captação)
As religiões gozam do privilégio da licitude. No senso comum tudo que vem de uma religião é útil e bom, só que nem sempre é assim. Se existe a verdadeira e pura religião, é porque provavelmente existe a falsa e a impura religião. Tiago diz que há uma religião aprovada por Deus, mas o que ele realmente quer mostrar é o perigo de nos enganarmos com a religião que Deus não aprova. Podemos nos enganar em vários momentos, com várias coisas, em vários assuntos, mas não podemos nos enganar com a religião. Principalmente porque ela usa o nome santo de Deus e não deve usar deste artifício para manipular, enganar e extorquir as pessoas.
Diante da pergunta “Qual é a verdadeira religião?” seria praticamente inútil ou impossível listarmos as boas e as ruins, pois isso seria uma conclusão relativa ao autor desta lista. O melhor é olharmos honestamente para dentro de nós mesmos e avaliarmos se estamos ou não praticando a verdadeira religião que a Bíblia aprova. As marcas são claras e permanentes e servirão para revisões constantes.
1. Sua religião é verdadeira se você ouve mais e fala menos (19-21)!
Zenão, um pensador antigo dizia: Temos dois ouvidos e uma boca para ouvirmos mais e falarmos menos. A palavra traduzida que se refere a prontidão no ouvir é “taxis”, que significa “rápido”, a mesma palavra usada nos carros prontos para uso em nosso país, ou seja, para ouvir devemos estar sempre prontos como um táxi. Já a palavra traduzida que se refere a demora no falar é “bráxis”, significa “demorado”, traz a ideia de uma coisa complemente oposta à prontidão. Devemos ser demorados em emitir a nossa opinião. O tempo revela todas as coisas. Abaixa a poeira. Acalma os ânimos. Diminui o emocionalismo e faz resplandecer a razão. Quando alguém nos diz que demoramos falar alguma coisa sobre determinada situação é sinal de que estamos no caminho certo.
2. Sua religião é verdadeira se você faz constantes revisões de si mesmo (22-25)!
Conta-se que um grande avaliador de obras de arte estava numa apresentação compartilhamento do seu gigantesco conteúdo cultural. Num determinado momento esqueceu de colocar os seus óculos, e começou a tecer suas críticas com ar de superioridade: “a constituição física do modelo está em desacordo com a pintura, o sujeito é bastante rústico e está mal vestido, de fato o personagem é repulsivo, é uma pena uma obra assim ser apresentada desta forma”. Sua mulher lhe puxou pelo braço e o alertou: “Querido, você está olhando para o espelho”.
Muitos dos defeitos que vemos nos outros não estão neles mesmos, estão em nós, daí transportamos para o outro sem ao menos perceber que aquilo que condenamos também praticamos. E o pior é que nossas críticas nunca servem para nós mesmos, apenas para os outros. Este é um caso emblemático de autoengano. Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
3. Sua religião é verdadeira se você se importa com os que sofrem (26-27)!
O órfão e a viúva são tipos de pessoas que possuem algumas coisas em comum: o sofrimento, a falta de esperança e a ausência em ter alguém por eles. Representam a todos dos dias atuais que também passam pelo sofrimento, que não têm esperança e não tem ninguém por eles. Os verdadeiros discípulos se importam com os que sofrem, se importam em levar esperança e se colocam para ser o alguém que um certo alguém precisa.
Em seu ministério Jesus sempre esteve ao lado dos que sofrem. Se alguém estava em luto, ali estava Jesus para levar consolo. Se alguém estava doente, ali estava Jesus para dar ajuda. Se alguém estava sendo injustiçado, ali estava Jesus para colocar o apedrejamento abaixo. Hoje em dia existem muitos tipos de pessoas que sofrem, por serem mulheres, por serem crianças, por serem pobres, por serem favelados, por serem pretos, por serem homossexuais e etc. Não podemos nos esquecer que por trás destes estereótipos existem seres humanos que devem ser tratados com toda dignidade possível.
Jesus nos lembrou que tudo que fazemos com um destes pequeninos é como se a ele mesmo estivéssemos fazendo. Hernandes Dias Lopes pensando nisso concluiu: O cristianismo é portanto, ver Cristo na face do meu próximo, é servir a este próximo como se estivéssemos servindo ao próprio Senhor Jesus.
Conclusão (aplicação)
O último conselho que Tiago deu nesta passagem foi para que os discípulos não se manchassem com o mundo. As vezes interpretamos esta palavra com nossos padrões éticos e morais, mas não é isso que quer dizer o texto bíblico. Tiago estava falando que o mundo não ama o próximo, não acolhe os que sofrem, não enxerga as minorias, não ouve a dor dos que choram. Não podemos permitir que este mundo insensível manche a nossa pura fé. É a mesma palavra de Paulo em Romanos 12.2, quando disse que não podemos nos conformar com este mundo, mas nos transformar pela renovação do nosso entendimento, ou seja, o comportamento cristão não pode ser definido por este mundo cruel, maligno, egoísta, injusto, violento, agressivo, tóxico, venenoso, doentio em que vivemos, mas são as virtudes de Cristo que devem nos servir de direção para uma religiosidade pura, verdadeira e aprovada por Deus Pai.



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