A fé pode ser morta (Tiago 2:17)
- PIBI
- 6 de jun. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 20 de jun. de 2021
Assunto Geral: Fé
Assunto Específico (tema): A fé pode ser morta!
Referência Bíblica: Tiago 2.17
Objetivo Geral: Evangelístico
Objetivo Específico: Mostrar aos presentes que a fé não se resume em palavras bonitas, antes nos leva à obediência que faz brotar frutos de justiça.
Proposição (grande idéia): Numa pandemia de mundanismo a melhor vacina é a sabedoria que vem do céu.
Introdução (captação)
A carta de Tiago foi escrita pelo irmão de Jesus, que o reconheceu como seu Salvador após a ressurreição do Mestre (1 Coríntios 15.7). Ele se tornou um grande líder dentro da igreja de Jerusalém (Atos 12.17), principalmente após Pedro sair de cena. Quando esta igreja se viu num debate complexo em relação a prática da doutrina da circuncisão nos novos discípulos, foi Tiago quem levou a solução de que eles não precisavam observar essa doutrina pois havia sido revista pela nova aliança em Jesus (Atos 15).
Martinho Lutero descreveu esta carta como “epístola de palha”, por causa da ênfase deste autor à prática das boas obras. Porém carta de Tiago foi reconhecida como inspirada por Deus até o concílio de Cártago em 453 d.C., apesar de ter sido questionada por este mesmo assunto durante o processo de canonização. Paulo, seu contemporâneo, parece o criticar por influencias legalistas (Gálatas 2.11-14) e Lucas também deixa claro a influência da lei judaica sobre Tiago (Atos 21.17-26).
Os ensinamentos de Tiago não contrariam a mensagem da importância da fé, ele apenas a aborda com uma perspectiva diferente, pois a fé que não produz ação (boas obras) é morta em si mesma. Ele enviou a sua mensagem aos discípulos judeus que moravam distantes do seu país de origem, Israel. Os motivos desta distância são vários: perseguições, deportações e negócios. Por isso quase todos as suas ilustrações são de figuras retiradas do Antigo Testamento.
Esta carta foi uma das primeiras a ser escrita do Novo Testamento. Quando isso aconteceu a vida da igreja era algo muito simples ainda, os templos e as sinagogas eram usadas para os encontros dos cristãos, havia uma fervente expectativa em relação a volta de Jesus e um abismo enorme separava os ricos e os pobres. A carta de Tiago nos impressiona por causa das semelhanças com o famoso sermão do monte pregado por Jesus. Ela ensina algumas lições fundamentais para os dias de hoje:
1. A fé em Cristo é uma fé viva que leva o discípulo a uma vida de ação (2.26)!
A fé que nos salva não se resume em palavras bonitas, mas deve ser acompanhada de boas ações. Estas boas ações vão desde a filantropia até a prática religiosa. A fé que nos salva nos leva à prática das boas obras.
2. Todo e qualquer tipo de discriminação deve ser evitado (2.1)!
Os leitores da carta estavam sendo alertados a não mostrarem favoritismo para com os ricos em detrimento aos pobres. Até mesmo porque em muitas vezes a prosperidade dos ricos é resultado do pecado da desonestidade.
3. As provações não devem provocar desânimo, pelo contrário, elas nos ajudam a firmar ainda mais a nossa fé na palavra de Deus (5.7)!
As adversidades não têm razão de ser, pois jamais vamos compreender o sofrimento. Ele simplesmente faz parte da vida. Deus não pode ser culpado pelas coisas ruins que nos acontecem porque simplesmente Ele não se associa com o mal.
4. Devemos vigiar as nossas motivações e sentimentos (3.14)!
É do próprio coração que vem as verdadeiras tentações. Não é culpa da moça ser violentada por causa da sua beleza, mas do pecado dentro do coração do homem. Não é culpa do proprietário ser roubada se o ladrão que roubar seu patrimônio, pois o pecado está dentro do ser humano. A vigilância precisa ser contínua.
5. Precisamos lutar na dependência de Deus (5.13)!
O autor desta carta fala sobre o uso correto da oração. Em algumas situações não encontramos forças para orar, e nesse caso precisamos dos amigos para interceder por nós. Em tempos de luta a intercessão mútua pode promover a vitória espiritual.
6. O discípulo deve ser praticante da palavra (4.7)!
Tiago compara a palavra de Deus com uma semente que é lançada capaz de produzir frutos (1.21), com um espelho que reflete uma imagem e neste caso ela serve como auto confrontação (1.23) e como uma lei que liberta as pessoas sendo a palavra então de natureza libertária (1.25).
Conclusão (aplicação)
A fé que salva produz atos de justiça. A maneira como estas boas obras acontecem é direcionada pela sabedoria. A sabedoria que vem do céu torna as pessoas pacificadoras e misericordiosas para considerarem umas às outras (3.13-18).
Vivemos em um tempo de profundo mundanismo. Este tempo é marcado pela preferência das coisas deste mundo, que são efêmeras e passageiras, em relação às coisas espirituais, que apesar de não serem vistas são eternas. Somente a sabedoria que vem do céu pode nos vacinar contra a pandemia do mundanismo.
Aprendamos mais com a carta de Tiago, que apesar de ter sido escrita a cerca de dois mil anos atrás, ainda serve perfeitamente para nós hoje, porque os princípios espirituais nunca mudam e nunca mudarão.


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